Com a cabeça nos negócios e os pés na tecnologia

Em seu terceiro ano como presidente do Conselho de CIOs da Sucesu Minas, Luiz Cláudio Magaldi ressalta a evolução do papel do gestor de TI nas organizações


Ana Carolina Bicalho

Para garantir a evolução de uma empresa em tempos de grandes transformações tecnológicas, é preciso pensar (e agir) como um homem de negócios, sair da onda de problemas que afoga diariamente o profissional de TI, pensar além de sistemas e máquinas e ver o futuro no presente. Segundo Luiz Cláudio Magaldi, presidente do Conselho de CIOs da Sucesu Minas, esse deve ser o papel do gestor de TI hoje. E é exatamente esse o foco atual das discussões dos membros do conselho, instigados pela visão diferenciada de anos de mercado de seu presidente.

Magaldi é CIO da ArcelorMittal, uma gigante no setor de mineração e siderurgia, e diretor-presidente da ArcelorMittal Sistemas, empresa de TI da corporação, com dois datacenters e um centro de excelência que atende às Américas, ao Canadá e à Argentina. À frente do conselho desde 2012, quando foi convidado para assumir a função pelo então presidente da Sucesu Minas, Marcos Calmon, Magaldi já se encontra em sua terceira gestão, com a indicação renovada pelo último presidente, Leonardo Speziali, e pelo atual, Leonardo Bortoletto.

Tanta confiança não é para menos. Magaldi tem plena consciência da relevância do conselho para o crescimento do setor, já que a entidade é formada por 15 CIOs das maiores companhias instaladas em Minas Gerais – um grupo que representa quase 90% do PIB do estado. Nos encontros, eventos ou nas conversas on-line, o objetivo de todos é o mesmo: trocar experiências e conhecer inovações que alavanquem os negócios, melhorem a produtividade, reduzam custos e garantam a excelência de suas empresas. O desafio está lançado.

Revista Inforuso: O senhor assumiu a presidência do Conselho de CIOs em 2012. Desde então, qual tem sido o direcionamento de sua gestão?

Luiz Cláudio Magaldi: Este é um grupo muito bom, e meu principal objetivo sempre foi levar mais conteúdo de negócios para as reuniões. Quando comecei a participar das reuniões como CIO do conselho, vi que tudo era muito técnico e pouco voltado para os negócios. E o CIO é um homem de negócios, que tem um papel fundamental na gestão de valores para suas companhias por meio da tecnologia. Então, era necessário perceber mais profundamente essa função. Convidei o Celso Chapinotte, diretor do Gartner em Minas, para participar das reuniões, e ele trouxe muito conteúdo em relação a esse papel e às tendências de novas tecnologias na visão dos negócios. Depois, passei isso para as apresentações de fornecedores. Cuidei para que não fossem apenas técnicas, mas sim para que focassem na relevância do que aquela nova tecnologia traria de benefícios e resultados para as empresas ali representadas.

RI: Hoje, o acesso às novas tecnologias não está mais restrito aos profissionais de TI. Como o Conselho de CIOs vê essa abrangência do termo “usuário de tecnologia”, que é a base da atuação da Sucesu Minas há 47 anos?

LM: Vivemos um período de grandes mudanças de paradigmas e, claro, a Sucesu Minas precisa estar à frente disso. É uma busca do próprio presidente, Leonardo Bortoletto, modernizar os processos da entidade. Percebe-se isso, por exemplo, na evolução do evento Inforuso, que nasceu como uma feira de apresentação de produtos e, hoje, tem um modelo de evento muito mais representativo. O Inforuso permitiu a ampliação das discussões sobre os rumos da tecnologia, com fóruns e mesas de debate em que participam tanto CIOs como membros do setor público, das instituições de ensino e da sociedade. É um evento fundamental não só para a discussão de ideias como para a construção de uma maior colaboração entre todos os setores.

RI: Neste momento de transformações, a função dos CIOs nas companhias mudou? No dia a dia organizacional, como fica a responsabilidade desse executivo?

LM: Nosso maior desafio é identificar, com rapidez, as tecnologias emergentes e saber aplicá-las em nosso dia a dia profissional. Por isso, o CIO precisa conhecer profundamente seu negócio, o mercado, e participar ativamente das decisões estratégicas da organização. Estamos discutindo no conselho exatamente este entendimento: a mudança da imagem do homem de tecnologia, para que ele deixe de ser visto como o cara que resolve problemas de informática e estabiliza máquinas para ser um dos homens da mudança do status quo da empresa, usando de tecnologias emergentes e inovadoras para diferenciar seu produto e fidelizar seus clientes, consequentemente, aumentando os resultados.

RI: O profissional de TI está preparado para o big data e o analytics?

LM: Está surgindo um novo perfil de profissional no mercado, o cientista de dados. Isso porque o conhecimento do analytics é 50% de tecnologia e 50% do negócio. Se eu não tenho uma pessoa com essa habilidade, como analisar e criar o que essa ferramenta disponibilizará em poucos 30 segundos? O analytics veio para ficar, pois nos possibilita enxergar à frente, fazer rápidas análises e simulações de um grande volume de dados e dar a visão que os profissionais precisam para tomarem decisões mais assertivas e ágeis. O analytics permite ao negócio ser proativo ao invés de reativo.

RI: O conselho também trabalha para propor mudanças efetivas para o fortalecimento do setor de TI do estado?

LM: O Conselho de CIOs, bem como a Sucesu Minas, tem atuado efetivamente no programa MGTI, que objetiva transformar Minas Gerais em um polo de tecnologia até o ano de 2022. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior também está conosco nesse processo. Estou à frente disso e acredito, sinceramente, que esse conjunto de forças contribuirá para fortalecer ainda mais o setor de tecnologia no estado. Isso trará ganhos consideráveis para Minas Gerais e, principalmente, para nossas empresas.

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