Por mais mulheres na tecnologia

Na imagem, a mulher responsável pela criação do primeiro algoritmo processado por uma máquina, no século XIX: Ada Lovelace.

Confira a continuação do texto “O futuro é feminino”, com iniciativas que buscam o crescimento das mulheres no mercado de trabalho!


Thalita Matta Machado

Nos últimos anos, diversas iniciativas têm surgido pelo planeta com o intuito de criar um ambiente favorável para discutir o assunto, impulsionar a carreira das mulheres na área de tecnologia, aprender novas linguagens de programação e desenvolver projetos inovadores. É o caso do Rails Girls, evento de origem finlandesa que no Brasil, especialmente em Belo Horizonte e Porto Alegre, é promovido em parceria com a ThoughtWorks. “A importância do girls no nome é porque ele traduz um ambiente seguro. Queremos dizer às participantes que, se o mundo lá fora não é acolhedor, aqui elas podem chegar sem medo de errar, perguntar e aprender”, explica Juliana Dorneles, gerente-geral da TW em Belo Horizonte. Coincidência ou não, quando perguntadas quem compareceria ao evento caso ele se chamasse apenas Rails, apenas 10% da plateia ergueu o braço.

A reação é justificada. Sarah Pantaleão, engenheira ambiental e participante do evento, foi uma das que não levantou a mão. Mulher e negra, ela enfrentou o preconceito em mais de uma ocasião no seu ambiente de trabalho. “Já perguntaram se eu era filha da faxineira e já me pediram para chamar o responsável pela área de engenharia, que no caso era eu mesma. Depois de contratada, minha chefe confidenciou que, antes de me conhecer, imaginava que eu fosse loira e alta, porque meu currículo era muito bom, com cursos no exterior e fluência em várias línguas”, conta. Apesar de não ser da área, é uma apaixonada por tecnologia e pela cultura organizacional da ThoughtWorks. “É uma comunidade que me respeita e me faz querer fazer parte”, diz.

Ana Paula Gomes é organizadora do Google Developer Group (GDG) e do Women Techmakers, em Belo Horizonte. Queria fazer Direito, mas acabou iniciando sua formação num curso técnico em informática. Apaixonou-se pela tecnologia e não a largou mais. Ana conta que a primeira situação preconceituosa que viveu foi quando assumiu a coordenação de um pequeno setor de manutenção de computadores. Iria liderar dois técnicos homens, mas um deles disse claramente que não faria o que ela pedisse porque ele não “obedecia” mulheres. O técnico foi demitido, porém o caso não foi esquecido. “Existe um estudo que pontua que uma mulher em computação precisa ser 2,5 vezes melhor do que um homem para ser considerada igual. Tento ser muito mais vezes do que isso, para que ninguém tenha o direito de não me respeitar porque sou mulher. Faço isso não só por mim, mas para defender e estimular outras mulheres e mostrar que elas têm total capacidade sim”, ressalta.

Em 2009, Márcia Santos Almeida, Luciana Silva e Narrira Lemos fundaram a organização sem fins lucrativos Mulheres na Tecnologia, que atua sob três pilares: conscientização da sociedade, empoderamento das mulheres e ampliação da participação feminina no universo da tecnologia. O MTI é regido por um conselho gestor composto por mulheres e, hoje, tem mais de 370 membros no grupo de discussão, com uma participação ainda maior nas redes sociais.

Márcia coordenou o 3° Encontro Nacional de Mulheres na Tecnologia, realizado em Goiânia, no mês de setembro, e que, surpreendentemente, registrou 47% de presença masculina. De acordo com ela, o baixo interesse das mulheres em relação aos cursos de TI ainda é preocupante, mas também é um incentivo para que seja dada uma resposta à sociedade. “Grandes empresas de tecnologia começaram a se preocupar em ter mulheres em seus quadros e já possuem programas de retenção de talentos femininos e de incentivo à entrada de novas mulheres, como a TW, Google, IBM, Microsoft e HP. O maior desafio, agora, é demonstrar para as meninas que a área de TI não precisa ser majoritariamente masculina e que existem grandes oportunidades para elas. Somos otimistas sobre o futuro das mulheres no setor, mesmo entendendo que ainda há muito para se trilhar.”

Confira cinco iniciativas que estimulam a participação e o crescimento profissional das mulheres no mercado de tecnologia:

Code Girl

codegirl.com.br

A comunidade brasileira surgiu no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, para ajudar meninas estudantes do ensino médio a seguirem carreira em tecnologia. O Code Girl faz parte do projeto Programar meu Futuro e versa sobre o mundo da programação e do empreendedorismo.

PyLadies

brasil.pyladies.com

Criado por desenvolvedoras apaixonadas pela linguagem de programação Python. No Brasil, é possível encontrar líderes da comunidade em Natal (RN), Recife (PE), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Carlos (SP).

Mulheres na Tecnologia

mulheresnatecnologia.org

A organização sem fins lucrativos surgiu no Brasil para aumentar a participação feminina na área de TI. Homens e mulheres podem compartilhar experiências, capacitar e disseminar a tecnologia em suas comunidades, por meio de encontros e workshops.

Rails Girls

railsgirls.com

Fundado pelas programadoras finlandesas Linda Liukas e Karri Saarinen, o grupo promove workshops sobre o framework Ruby on Rails em diversos lugares do planeta, incluindo as cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Women Techmakers

developers.google.com/women-techmakers

Apesar de ainda não mostrar um relatório de diversidade tão justo para mulheres e minorias, a Google está engajada em incluir o público feminino no mundo da tecnologia. Esse projeto é global e conta com eventos, workshops, encontros e comunidades virtuais para troca de experiências e encorajamento das mulheres a seguirem carreira na tecnologia.

Fonte: Info.abril.com.br

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