A inteligência artificial mostra força na educação

Parte significativa da produção científica atual em inteligência artificial está relacionada com o tema da educação. O interesse indica forte presença de aplicação da tecnologia nos sistemas educacionais e, consequentemente, um grande impacto nos processos de ensino-aprendizagem no curto e no médio prazo. A conclusão é do estudo “Tendências em Inteligência Artificial na Educação”, divulgado no início de março pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O levantamento permitiu concluir que a expansão do uso de sistemas tutores inteligentes para ensino personalizado será um dos destaques entre os investimentos que serão realizados. As inovações baseadas em IA identificam se o aluno adquiriu conhecimento sobre o tema ensinado e se está cansado ou feliz por ter conseguido resolver um problema. A partir disso, é capaz de decidir, de forma autônoma, qual a melhor estratégia pedagógica para ser utilizada em cada momento.

De acordo com o estudo, até 2020, a tendência é o uso cada mais vez mais recorrente de recursos como processamento de língua natural (NLP em inglês), no qual um computador é capaz de entender e interpretar a linguagem humana. Com a evolução, a tecnologia permitiria, por exemplo, a um professor na Alemanha dar aula em alemão a estudantes brasileiros sem conhecimento da língua germânica.

Expectativas: NLP e leaning analytics

“Na educação, o NLP vai contribuir cada vez mais para o intercâmbio entre alunos de nacionalidades diferentes e para a transmissão em tempo real de aulas em línguas distintas, as quais serão traduzidas para os estudantes”, cita o material.

O levantamento também prevê que a robótica educacional estará mais presente nos currículos das escolas de ensino fundamental e médio em função da diminuição dos custos. Outra aposta é o uso do chamado learning analytics, a interpretação de ampla gama de dados produzidos por estudantes.

Com isso, será possível avaliar o progresso acadêmico, prever o desempenho e detectar possíveis problemas no aprendizado. “Por meio do estudo do que ocorreu no passado com um grande número de alunos durante a realização de um curso, é possível detectar os pontos de maior dificuldade de compreensão do conteúdo ou mesmo a tendência para o abandono”, explica o documento.

Novos métodos pedagógicos

O estudo também prevê que, entre 2020 e 2030, as escolas estarão utilizando a criatividade computacional, atualmente ligada à produção artística por meio de programação com uso de modelos matemáticos e da ótica. “Nos sistemas de ensino-aprendizagem, espera-se que as aplicações da criatividade computacional permitam, entre outras coisas, a geração de exemplos e exercícios criativos para enriquecer os conteúdos educacionais de forma online”, afirma a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) Rosa Maria Vicari. No longo prazo, os sistemas poderão até reconhecer e avaliar atividades criativas realizadas pelo alunos.

A médio prazo, ela prevê ainda o contínuo desenvolvimento de ferramentas que consigam avaliar emoções dos estudantes e tomar decisões a partir da análise. O estudo aponta a utilização, nesse período, de óculos inteligentes, que mostram informações e interpretam comandos de voz, e de fones de ouvido capazes de traduzir conversas entre pessoas com línguas diferentes. A previsão é também a evolução dos chamados jogos sérios, técnica que utiliza características típicas dos games como pontuações, premiações e níveis de dificuldade para manter o interesse do aluno.

Processo de difusão

No Brasil, a projeção dos especialistas reunidos pelo Sesi e Senai é que a computação em nuvem, para acesso a um conjunto compartilhado de dados e conteúdos, deve ter a difusão mais rápida. Até 2020, de 11% a 30% das instituições de ensino já devem utilizá-la. Até 2027, o uso estará difundido em cerca de 31% a 50% das escolas e de 51% a 70% das instituições a utilizarão por volta de 2030.

As outras tecnologias que deverão ser utilizadas por 31% a 50% das instituições de educação brasileiras até 2030 são: os sistemas tutores inteligentes para ensino personalizado com processamento de língua natural; as plataformas para aprendizagem colaborativa; os recursos de learning analytics, e os ecossistemas de educação –que permitem a integração de componentes típicos de ensino personalizado com a comunicação em  fóruns e chats, por exemplo, entre alunos que estejam utilizando o sistema.

Os especialistas em IA também apontam ações para estimular o uso dessas tecnologias pelas instituições educacionais no Brasil. Entre as sugestões estão: oferecer linhas de financiamento; capacitar professores e outros envolvidos; melhorar a infraestrutura das escolas; implementar projetos-piloto em todos os níveis de ensino; desenvolver políticas de apoio à inovação tecnológica para desenvolvimento de produtos e serviços adequados ao mercado brasileiro; fomentar linhas de pesquisa sobre psicologia humana voltada ao processo de educação, entre outras medidas.

Carlos Plácido Teixeira
Diretor de IA da Sucesu MG
Jornalista

Blog

Você também pode gostar

Torne-se um associado

Seja um associado da Sucesu

Teremos muito prazer em responder a quaisquer perguntas que possa ter e ajudá-lo a determinar sua jornada com a Sucesu.

Alguns Beneficios do Associado
Como funciona o processo?
1

Você envia suas dúvidas por formulário

2

Entramos em contato e agendamos uma reunião

3

Enviamos a proposta para você se associar

Entre em contato com a Sucesu