Investimento que vem em coletivo

Plataformas de financiamento equity crowdfunding estão ajudando negócios inovadores a saírem do papel por meio de investimentos coletivos on-line


Daniela Nunes

No mercado financeiro, idealizadores de startups e investidores estão vendo com bons olhos uma modalidade de captação coletiva ganhar cada vez mais força no Brasil. Plataformas virtuais de equity crowdfuding, desde o ano passado, têm ajudado projetos inovadores e empresas inteiras a saírem do papel, reunindo pequenos investimentos de pessoas interessadas em negócios nascentes, potencialmente rentáveis.

A modalidade é bem conhecida no mundo. Inglaterra, Holanda, China, Austrália e Alemanha já captaram centenas de milhões de dólares em investimentos para diversas startups. Segundo um estudo da empresa de consultoria InfoDev, o mercado de equity crowdfunding movimentará, até 2025, entre US$ 90 bilhões e US$ 96 bilhões. No Brasil, os números ainda são tímidos, apesar das expectativas serem de crescimento. A perspectiva é de que, nos próximos oito anos, esse mercado faça girar no país cerca de R$ 1 bilhão.

O custeamento coletivo é considerado bastante vantajosa para os novos empreendimentos, porque une as principais características do investidor-anjo e do capital-semente. No equity crowdfunding, o empreendedor formaliza o negócio na categoria de micro ou pequena empresa e disponibiliza o projeto em uma plataforma virtual de investimento.

A vantagem desses sites é a possibilidade de compartilhamento de dados cruciais para os investidores: elevator pitch, trações, vídeos e a apresentação dos membros da equipe. Nessas plataformas, as startups podem receber recursos de, no mínimo, R$ 1 mil, além de fazer uma captação, junto a colaboradores individuais, de até R$ 2,4 milhões a cada 12 meses. O investidor recebe em troca de seu aporte títulos de dívidas conversíveis em ações.

Protagonismo no Brasil

A primeira captação de recursos via internet no país foi feita em meados de 2014, pela primeira plataforma brasileira de equity crowdfunding, o Broota. Em apenas um ano, a iniciativa já conseguiu reunir mais de R$ 3 milhões para projetos e, atualmente, conta com 10 empresas nascentes captando na plataforma. “Temos a maior base de empreendedores e investidores do país. São mais de mil colaboradores qualificados num universo de mais de 9 mil usuários, dentre eles mais de 550 empresas, todos interessados em encontrar novas ideias e novos modelos de negócios”, destaca o fundador Frederico Rizzo.

Como funciona

Cada startup pode disponibilizar um número de cotas, que totalizam a quantia que a nova empresa busca captar no mercado. Os investidores, liderados ou não por um investidor -âncora, podem escolher um título de qualquer valor e fazer uma reserva na plataforma. Em seguida, eles receberão um contrato, no qual constará a data de pagamento daquele valor. O título dá ao investidor o direito de converter a dívida em ações na empresa, dentro do prazo estipulado, que, normalmente, é de dois a três anos. Somente no vencimento do título é que a pessoa se torna uma acionista.

Legislação em formação

Atualmente, o Brasil tem uma legislação específica para regulamentar as operações de equity crowdfunding. As instruções que norteiam a modalidade são as emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para o crowdfunding. A CVM, porém, está estudando as especificidades do tema e informou, em nota oficial: “Para o segundo semestre de 2015, está prevista a elaboração de uma minuta de instrução a respeito do assunto, assim como a adoção de procedimentos para a realização de Audiência Pública sobre o tema”.

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